quinta-feira, 9 de outubro de 2008

OLHA PARA O QUE EU TE DIGO.

  • Hoje, outra vez de novo as coisas do costume. Que de novo não têm nada, amanhã vão voltar a ser assim.

  • O que eu faço, faço mal. “Aquela” tarefa faço do meu jeito? É porque não quero aprender a fazer melhor. Se eu fosse razoável, se visse as coisas com olhos de ver, sem medos, com abertura, com sentido crítico…, já tinha tirado uma conclusão: ela faz isso de uma maneira muito melhor.

  • Quero ter a minha liberdade de opção, o que não é igual a rejeitar à partida as opiniões dela: “a minha maneira de pôr a mesa é diferente da tua? Percebo a diferença, mas gosto da maneira como eu a ponho…”. Às vezes nem é o resultado final da tarefa que está em causa, mas a sequência das operações que são feitas…

  • Com o tempo fui-me sentindo a ser transformado num mero apêndice da cabeça dela, um robot acrítico que fazia o que lhe diziam: “faz como te digo”, “faz agora”, “desculpa interromper”, “logo à noite vai…”, “já te disse que…”, etc. Numa certa altura, ser feliz implicou ter mais respeito pelos meus gostos, pelas minhas preferências, pelas minhas liberdadezinhas, por não ter medo de, às vezes, não fazer o que e como ela queria.
  • Não quero uma vida mecanicista, em que tudo se limita ao “ser mais operacional”, “mais económico”, “mais saudável”, “mais racional”, “mais óbvio”, mais tudo menos mais satisfatório para mim. Porque me dá menos prazer. Porque não se torna natural para mim. Porque sistematicamente contraria os meus ímpetos, levando-me a um permanente estado de conflito interior e de desgastante autocontrolo.
  • Durante algum tempo afastei-me de algumas tarefas. Para evitar conflitos. Mas isso não me fez mais feliz. Decidi voltar a fazê-las. Gosto disso, preciso disso. Luto pelo meu espaço, luto por mim, pela pessoa que sou.
  • Isso fez voltar os mimos antigos: “não estás a ser razoável”, “não sabes ver as coisas”, “estás cheio de medos que te paralisam a capacidade de evoluir”, “não tens abertura aos outros”. É difícil lidar com atitudes destas. E amanhã vou voltar a ouvir tudo isso, quando for …

1 comentário:

Anónimo disse...

Nao somos, pensamos, fazemos ou reagimos da mesma maneira. Somos individos e por isso unicos. Nao sou como ou o que os outros querem. Sou eu!
Nao me castrem, nao queiram fazer de mim um robot, deem-me espaço, respeitem o meu ser que é unico e que tambem pensa, sente, tem vontades e gostos proprios. Os meus gestos e o meu ritmo é diferente? Sim, e depois? É o meu, sou eu.
Eu dei um "grito" e reconquistei o meu eu! O casamento, parece resistir e os filhos estao a recuperar dos maus momentos.
Nao sei se assim será sempre, mas hoje, o mais importante era a minha felicidade e só sendo feliz posso transmitir a felicidade aos que mais importam, os filhos.